Roteiro Rural

Antes do ano de 1980, o local onde está situado o Assentamento Monte Alegre pertencia à Fazenda Monte Alegre.

Foi feito então o loteamento das terras da fazenda para os trabalhadores rurais do Movimento Sem Terra, que com o passar dos anos tornaram-se pequenos produtores rurais. Ao todo são 196 famílias assentadas na grande extensão territorial da antiga fazenda, num processo que se estendeu do ano de 1980 a 1990.

As terras foram divididas em sete assentamentos: Assentamento Monte Alegre I, Assentamento Monte Alegre II, Assentamento Monte Alegre III, Assentamento Monte Alegre IV, Assentamento Monte Alegre V, Assentamento Monte Alegre VI e Assentamento Monte Alegre VII (também conhecido como Assentamento de Silvânia). Estas terras pertencem às cidades de Araraquara, Matão e Motuca, sendo que a maior parte é pertencente à Araraquara.

O Assentamento Monte Alegre é formado por famílias que cuidam da terra e tiram o seu sustento da mesma, são pessoas que se preocupam com o meio em que vivem, lutam por seus direitos e além de tudo, são amigas e receptivas.

Através de um trabalho realizado pelo SEBRAE, ITESP e SENAR, com o apoio da Prefeitura de Araraquara,  foram criados três circuitos com o objetivo de consolidar um circuito de Turismo Rural no Assentamento Monte Alegre – CIRCUITO DO SABOR, CIRCUITO PUEIRÃO E CIRCUITO MATÁGUA - visando desencadear mais uma alternativa para o desenvolvimento local, propiciando o fortalecimento e organização dos produtores interessados na atividade. Os circuitos são muito frequentados pelos ciclistas de Araraquara e Região.

 

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Assentamento Monte Alegre – imagem de Unidade de Gestão das Políticas de Turismo

 

Os pontos de encontro dos apaixonados pelo ciclismo rural no Assentamento Monte Alegre são a Padoka e a Rota dos Ciclistas, produtos turísticos formatados por moradores locais.

A Panificadora Irene Biazzi Góes – a Padoka, é um sonho concretizado de um grupo de mulheres assentadas que se juntaram com o propósito de colaborar na renda de suas famílias. A conquista do espaço físico foi feita em uma das reuniões do Orçamento Participativo do Governo Municipal. Antes da inauguração formaram a Associação das Mulheres Assentadas - AMA e no dia 14 de dezembro de 2008 a Panificadora Irene Biazzi Góes, cujo nome é em homenagem à uma funcionária da escola do assentamento, foi inaugurada com direito a muita emoção e alegria das associadas da AMA. Tornou-se ponto turístico rural com venda de bolo, café, suco, pães e coffee break para eventos. Recebem diversos visitantes e ciclistas e fazem também o atendimento aos moradores. Clique aqui para Mais informações.

Já a Rota dos Ciclistas foi inaugurada em um momento de incerteza – pandemia do COVID 19 – mas com esperança em dias melhores. A lanchonete está dentro de uma propriedade rural e comercializa pães variados com fermentação natural, bolos variados, sucos e geléias naturais - a maioria de frutas do próprio sítio. Clique aqui para Mais informações.

No Assentamento Monte Alegre, os visitantes encontram outros produtos que são comercializados pelos proprietários rurais: a Cachaça do Horto – cachaça, licores artesanais, açafrão, urucum e castanha de baru (Clique aqui para Mais informações) - e a Caseirices da Vera - geleias, doces, sucos, pães, bolos, compotas, picles (Clique aqui para Mais informações).

 

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Padoka, imagem de Tetê Viviani

 

 

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Rota dos Ciclistas, imagem de Maria Rosário da Silva

 

 

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Cachaça do horto, imagem de Edson Biaggio

 

 

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Caseirices da Vera, imagem de Vera Lúcia dos Santos Pereira

A Fazenda Bela Vista desde 1875 pertenceu a Antônio Joaquim de Carvalho conhecido como o “Barão do Café” da região e depois ao seu genro Theodoro Dias de Carvalho, foi de grande importância econômica para o município em seu auge de produção de café. Viveu a fase de transição entre escravos e a chegada dos imigrantes italianos na região. Nos anos 20 foi vendida a Pedro Morgantti, que era dono da Usina Tamoio, transformando-a em fazenda de cana-de-açúcar, após a morte de Morgantti em 1.980 foi vendida a Silva Gordo que a perdeu para o Governo em decorrência de dívidas. Em 1.989 se tornou um dos Assentamentos da reforma agrária.  (Fontes: Sesc. Natureza, história e arquitetura no Assentamento Bela Vista; Turismo Social Junho/2013. – Internet)

 

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Imagem extraída do Inventário Turístico do Assentamento Bela Vista do Chibarro/ Programa Turismo Rural/ 2012

As Casas da Colônia da fazenda de café, destinadas à habitação de colonos, formavam a rua que ligava a estrada à Sede. Esta rua serviu de guia para instalação de outras ruas seguindo seu traçado ortogonal, assemelhando-se a uma vila. As casas originais apresentavam simplicidade na construção, com planta retangular e telhado com caída para os quatro lados.

 

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Imagem extraída do Inventário Turístico do Assentamento Bela Vista do Chibarro/ Programa Turismo Rural/ 2012

De arquitetura eclética, se parece com casarões da cidade de São Paulo, na época em que o café construía a paisagem paulistana. Sua construção se deu entre o fim do século XIX e começo do século XX. A construção apresenta porões para preservar a estrutura contra umidade, podendo também serem utilizados como senzalas. Na parte mais alta da antiga fazenda, permitia que o administrador tivesse vista privilegiada de toda a área.

 

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Casarão do Bela Vista – imagem de Ana Flávia Flores

Para evitar a umidade do contato do grão com a terra, foram implantados nas fazendas os terreiros com revestimento e os tanques para a lavagem do café localizados acima do terreiro, construídos em alvenaria de tijolos, onde hoje acontece a tão famosa Festa Junina, dentre outros eventos.

 

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Imagem extraída do Inventário Turístico do Assentamento Bela Vista do Chibarro/ Programa Turismo Rural/ 2012

A capela foi construída provavelmente na época do café, permanecendo ativa na época da usina até os dias atuais.

Marcada pela simplicidade arquitetônica possui um frontão pouco ornamentado, onde tem um sino e as iniciais de São Judas Tadeu, no seu interior ainda existem bancos e pisos originais.

 

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Capela São Judas Tadeu visão externa e interna – imagens de Unidade de Gestão das Políticas de Turismo

Com a formação do assentamento, surge a necessidade de atender as crianças e a escola é reaberta, já com o nome de Professor Hermínio Pagotto, contando hoje com, além da escola, uma creche, uma quadra de esportes e um parquinho.

 

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Imagem extraída do Inventário Turístico do Assentamento Bela Vista do Chibarro/ Programa Turismo Rural/ 2012

Lavanderias comunitárias, construídas em alvenaria e cobertas com telhas de barro, era um ponto de encontro das mulheres da vila, onde se trocavam muitas informações. Atualmente somente um exemplar está de pé, revitalizado a partir de uma oficina de mapeamento afetivo por jovens do assentamento no esquema de mutirão.

 

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Imagem extraída do Inventário Turístico do Assentamento Bela Vista do Chibarro/ Programa Turismo Rural/ 2012

O fundador da cidade de Araraquara, Sr. Pedro José Neto, também foi proprietário das terras que hoje pertencem ao Distrito de Bueno de Andrada. As terras foram doadas depois para o Capitão Domingos Soares de Barros.

No ano de 1812, o local foi demarcado pelo Sargento Mor José J. C. da Rocha; em 1878, Antonio Lourenço Corrêa tornou-se proprietário do local que antes era conhecido como Fazenda do Lajeado, em seguida por Itaquerê e também por Ibitiri. Já em 1888, foi iniciada a construção da linha férrea e da estação ferroviária, que foi inaugurada em 1898.

O distrito passou a ser chamado de Bueno de Andrada em homenagem ao engenheiro que morreu durante a construção da Estrada de Ferro Araraquara – Antonio Manuel Bueno de Andrada.

A igreja do distrito foi construída em 1914 e inaugurada em 1916 com o nome de Sagrado Coração de Jesus. Sua pintura original foi feita pelo um pintor chamado “Cabral”.

Bueno de Andrada ficou mais popular depois que o escritor Ignácio de Loyola Brandão fez uma citação sobre as “Coxinhas Douradas de Bueno de Andrada”, em um de seus textos de um jornal, o que atraiu inúmeros visitantes e curiosos para degustar a saborosa coxinha. 

Um lugar onde a tranquilidade ainda reina, escuta-se o cantar dos pássaros, o ar é diferente, as pessoas ainda conversam na frente de suas casas, mulheres tricotam e bordam sentadas em bancos de madeira, parece que o tempo parou, principalmente, quando se escuta o apito do trem que divide o local e que remete a imaginação ao passado.

 

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Estação Ferroviária – imagem de Unidade de Gestão das Políticas de Turismo